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Festas da solidão

Pode ser que a solidão pronuncie festas em meus pensamentos tão cansados, como é cansado o mover das folhas quando a intensa chuva lhe envolve a existência. Festas de saborear o doce e cálido o sussurro da noite entoando orações de bons sonhos. A solidão passeia pelas horas sorrindo em lindas fantasias coloridas de tempos perdidos e flores, flores, flores plantadas. Pode ser que a solidão não amanheça no recôndito da alma entardecida e voe deixando as flores... as flores plantadas. Helena Rosali

Barulho da alma

A noite entrando pela janela reclama a falta de silêncio na sala amarela e cheia de quadros das artes inspiradoras de dias inquietos. O barulho dos pensamentos abstraem nas imagens de dias cheios de risadas e crianças correndo pela casa. Mas a noite reclama da falta de silêncio pois ouve o barulho da minha alma em busca do que já passou! Helena Rosali

Porta entreaberta

"É possível que exista uma porta entreaberta em mim." Amanheci de um sonho com esta frase presa em meus pensamentos. Um porta entreaberta onde se espreita o segredo e o secreto de um vivenciar efêmero. De mim não imagino o existir de uma porta sem as travas de tanto viver contido e esperado. Que em meu coração espero o amanhecer de cada dia para a fabricação de mais um tijolo que irá construir um sonho que vejo distante. Posso pensar de mim que se entreabra a porta. Mas, são tão poucos ainda os tijolos que construirão esse sonho. Helena Rosali

Chuva

É tanto sentir que não cabe no coração tanto pensar que a cabeça para. Há um lugar pra mim dentro de mim? qual é o claro espaço de tempo que reclamo por existir. existem flores lá fora choveu e meu dia encheu-se de alegria. Sinto falta da chuva da água que escorre do telhado do barulho nas folhas das árvores da enchurrada que desce a rua como quem vai pra festa. Quando vem o sol e passa dias brilhando brilhando, brilhando sinto que é lindo e compartilho de sua alegria colorindo por todos os lados, mas sinto falta da chuva. É quando chove que vejo minha alma E percebo o quanto existo dentro das águas que caem E posso ser lágrimas e compartilhar com a chuva das águas que serão levadas ao incerto correr de enchurradas e ao doce dissipar-se no solo para inexistir quando voltar o sol. Se a chuva não vem fico à espera, angustiada por encontrar-me novamente nas águas, no perfume da terra molhada Na intensidade do vento que arremessa gotas de água na janel

A VIDA É UM SÓ DIA

Toda a nossa vida, que traduzimos em anos e meses é apenas um dia. Um dia de cinquenta anos e horas esquecidas. De tempos invisíveis, lágrimas muitos sorrisos. Pessoas que vieram e foram. Um dia tão cansativo que faz o olhar pensar em algo além da simples existência Das folhas que caem no outono eminente na cinza invernal do desabrochar cansado de uma primavera com flores iguais e o verão exaustivo de calor e frutas pelo chão. Um dia de cem anos um dia que muitos pensam ser possível adiar mas que sempre será um dia. Cada vida é um dia traduzido em horas, meses, anos e, no final é só um dia. Helena Rosali

Minha Terra

Já te falei como é minha terra? Pois bem, ela é vermelha Uma terra vermelha que molhada de chuva parece roxa e marrom. Molhada assim, vira barro que gruda no calçado e quando a gente anda vai grudando barro e vamos crescendo, crescendo em enormes tamancos de barro. Existem dias em que o sol faz festa nas folhas das árvores e brilha de um jeito em que é possível ouvir a música do colorido balançar do vento. Minha terra, quando chega a hora do sol se esconder, transforma o céu em um espetáculo de cores,formas e encantamento. É assim minha terra. mas eu sei que a terra que é minha é todo o universo dito no Divino verso: "A Terra é um só País..." Este pequeno pedaço de chão que designo de meu é um pedaço do mundo que um dia será livre das cercas físicas, das cercas políticas, das cercas das almas. Helena Rosali

Luar

A lua entra em meu quarto morna e calma acompanhada pelo vento que espalha música nas folhas das árvores. A colcha de retalhos exibe tons desmaiados da luz do luar. Meus olhos buscam na imensidão do céu tudo o mais além da lua Buscam a minha lua em mim. Helena Rosali

Angústia

Quando o corpo reclama e, angustiado sofre até se perder nos labirintos da mente nada há que possa traze-lo de volta Grades impedem a saída, correntes pesadas impedem as pernas de correrem paredes escuras escondem o sol o silêncio impera nos olhos em busca de frestas. Os olhos ensurdecem de dor pelo que já não querem saber, nem sentir. Nos lábios marcas de palavras que nunca serão ditas. Nos retratos, sorrisos de uma imaginação desfigurada. Helena Rosali

Boneca de pano

BONECAS Tecidos, linhas e lãs e elas tomam forma. São felizes, coloridas e nos trazem a alegria da infância. Nestas horas, perdida entre as linhas e as agulhas sinto a dor nos dedos das furadas de agulha, das espetadas dos alfinetes. E a mão que dói de tanto repetir os mesmos movimentos mas, sinto a alma quieta à espera do rosto que me fará sorrir. O pensamento que some pelo espaço do existir nos dias em que o mundo não sabe para onde vai e meu abrigo acaba sendo o infinito mundo da criação. Uma boneca traz em si o vislumbre do sorriso de uma menina O carinho de um lar nas horas de brincadeiras. Um sorriso nos olhos de crianças eternas. Helena Rosali