O jardim viceja e revolve a terra com raízes novas.
As rosas florescem, os gerâneos explodem em flores,
os camarões atraem os beija-flores,
as primaveras espalham-se em galhos e cachos,
a magnólia desaba ao peso de tantas flores e enche o ar
de um perfume doce e convidativo,
a rainha da noite abre-se em perfumes apenas uma noite
e as orquídeas gritam de tanta beleza.
Em meio a tantas flores existe um cajueiro em flor.
Suas delicadas flores exalam, também, um delicado e doce perfume.
Falar sobre o cajueiro parece-me reportar aos dias de inverno quando suas folhas
haviam caído e a beleza havia desaparecido de seus galhos.
Naqueles dias, facilmente eu poderia imaginar que suas folhas jamais voltariam,
que a geada havia tomado conta de sua existência.
Sentada na varanda, olhando aquela bela árvore, imaginei assim os dias de nossas vidas. Dias de inverno, quando as adversidades parecem ocupar toda a nossa atenção e, as nossas forças esvaem-se. Quando temos a impressão de que não existirão dias melhores e, desesperados oramos a Deus pedindo ajuda; dias de primavera quando as nuvens passam, os problemas amenizam e a respiração já não é tão sofrida. O medo e a ansiedade começam a ficar em segundo plano. O sorriso volta ao rosto e Deus é parte de nosso pensamento diário.
Igual a um cajueiro, que apesar de todas as mudanças que sofre com a troca das estações do ano, permanece inabalável ante às intempéries, devemos confiar nas bênçãos divinas, em Seu amor e Seu amparo.
Confiança essa é a palavra que descreve a beleza que floresce no Ser Humano.
Helena Rosali
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