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Mostrando postagens com o rótulo poesia

POESIA E PINTURA

POESIA E PINTURA De vez em quando invento artes e  sujo telas de idéias que inquietam minha mente. A alma parece querer voar pra fugir de um corpo limitado E a imaginação suja-se de tinta e vira enfeites, artes e voz. Helena Rosali  A parede estava sozinha, chorando a dor de perceber-se confinada aos quatro cantos. Imaginando dias em que amigos e convidados entrariam porta adentro espalhando risadas, conversas, orações. Percebendo sua tristeza, para alegrar a  sala trouxe as laranjas do sítio. O brilho do sol e o carinho da terra. Convidei os amigos, a família, os vizinhos para que com a festa de suas presenças, todo o espaço fluísse de amor, Divino Amor. Helena Rosali

Busca

Ando em busca de me encontrar Talvez perdida entre as areias do deserto ou solta na chuva que cai nas flores da primavera Absorta em esconder os passos que preciso dar, sozinha escolho os melhores caminhos, que sempre terminam em um rio em época de enchente e que terei que atravessar, Onde me encontro nesse espaço longo e curto, claro e escuro? Sem os adornos das cores que os raios de sol pintam? O que é de mim nestas horas em que vejo o horizonte e enxergo apenas o vazio de meus pensamentos? Essa busca que nunca tem fim, ou que talvez seja um fim em si mesma, tortuosa de esperanças Clara em noites sem lua e silenciosa esbraveja um novo caminhar, mesmo com pernas alquebradas de dor, pelos elevados cumes de montanhas. Majestosas em seu silêncio fazem com que pense em me debruçar na busca solitária de minha alma que espero encontrar intacta depois de tanta jornada! Helena Rosali  

Festas da solidão

Pode ser que a solidão pronuncie festas em meus pensamentos tão cansados, como é cansado o mover das folhas quando a intensa chuva lhe envolve a existência. Festas de saborear o doce e cálido o sussurro da noite entoando orações de bons sonhos. A solidão passeia pelas horas sorrindo em lindas fantasias coloridas de tempos perdidos e flores, flores, flores plantadas. Pode ser que a solidão não amanheça no recôndito da alma entardecida e voe deixando as flores... as flores plantadas. Helena Rosali

Barulho da alma

A noite entrando pela janela reclama a falta de silêncio na sala amarela e cheia de quadros das artes inspiradoras de dias inquietos. O barulho dos pensamentos abstraem nas imagens de dias cheios de risadas e crianças correndo pela casa. Mas a noite reclama da falta de silêncio pois ouve o barulho da minha alma em busca do que já passou! Helena Rosali

Porta entreaberta

"É possível que exista uma porta entreaberta em mim." Amanheci de um sonho com esta frase presa em meus pensamentos. Um porta entreaberta onde se espreita o segredo e o secreto de um vivenciar efêmero. De mim não imagino o existir de uma porta sem as travas de tanto viver contido e esperado. Que em meu coração espero o amanhecer de cada dia para a fabricação de mais um tijolo que irá construir um sonho que vejo distante. Posso pensar de mim que se entreabra a porta. Mas, são tão poucos ainda os tijolos que construirão esse sonho. Helena Rosali

Chuva

É tanto sentir que não cabe no coração tanto pensar que a cabeça para. Há um lugar pra mim dentro de mim? qual é o claro espaço de tempo que reclamo por existir. existem flores lá fora choveu e meu dia encheu-se de alegria. Sinto falta da chuva da água que escorre do telhado do barulho nas folhas das árvores da enchurrada que desce a rua como quem vai pra festa. Quando vem o sol e passa dias brilhando brilhando, brilhando sinto que é lindo e compartilho de sua alegria colorindo por todos os lados, mas sinto falta da chuva. É quando chove que vejo minha alma E percebo o quanto existo dentro das águas que caem E posso ser lágrimas e compartilhar com a chuva das águas que serão levadas ao incerto correr de enchurradas e ao doce dissipar-se no solo para inexistir quando voltar o sol. Se a chuva não vem fico à espera, angustiada por encontrar-me novamente nas águas, no perfume da terra molhada Na intensidade do vento que arremessa gotas de água na janel

A VIDA É UM SÓ DIA

Toda a nossa vida, que traduzimos em anos e meses é apenas um dia. Um dia de cinquenta anos e horas esquecidas. De tempos invisíveis, lágrimas muitos sorrisos. Pessoas que vieram e foram. Um dia tão cansativo que faz o olhar pensar em algo além da simples existência Das folhas que caem no outono eminente na cinza invernal do desabrochar cansado de uma primavera com flores iguais e o verão exaustivo de calor e frutas pelo chão. Um dia de cem anos um dia que muitos pensam ser possível adiar mas que sempre será um dia. Cada vida é um dia traduzido em horas, meses, anos e, no final é só um dia. Helena Rosali

Minha Terra

Já te falei como é minha terra? Pois bem, ela é vermelha Uma terra vermelha que molhada de chuva parece roxa e marrom. Molhada assim, vira barro que gruda no calçado e quando a gente anda vai grudando barro e vamos crescendo, crescendo em enormes tamancos de barro. Existem dias em que o sol faz festa nas folhas das árvores e brilha de um jeito em que é possível ouvir a música do colorido balançar do vento. Minha terra, quando chega a hora do sol se esconder, transforma o céu em um espetáculo de cores,formas e encantamento. É assim minha terra. mas eu sei que a terra que é minha é todo o universo dito no Divino verso: "A Terra é um só País..." Este pequeno pedaço de chão que designo de meu é um pedaço do mundo que um dia será livre das cercas físicas, das cercas políticas, das cercas das almas. Helena Rosali

Luar

A lua entra em meu quarto morna e calma acompanhada pelo vento que espalha música nas folhas das árvores. A colcha de retalhos exibe tons desmaiados da luz do luar. Meus olhos buscam na imensidão do céu tudo o mais além da lua Buscam a minha lua em mim. Helena Rosali

Angústia

Quando o corpo reclama e, angustiado sofre até se perder nos labirintos da mente nada há que possa traze-lo de volta Grades impedem a saída, correntes pesadas impedem as pernas de correrem paredes escuras escondem o sol o silêncio impera nos olhos em busca de frestas. Os olhos ensurdecem de dor pelo que já não querem saber, nem sentir. Nos lábios marcas de palavras que nunca serão ditas. Nos retratos, sorrisos de uma imaginação desfigurada. Helena Rosali